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Por: ESTELITA HASS CARAZZAI
DE CURITIBA
O Ministério Público do Paraná protocolou nesta sexta-feira uma ação civil pública para suspender o uso de cães da raça beagle em experimentos do curso de odontologia da UEM (Universidade Estadual de Maringá).
A Promotoria acusa a universidade de maus-tratos e diz que os cachorros são mantidos "em condições precárias de higiene" e recebem doses insuficientes de anestésico, passando por "sofrimento óbvio e desnecessário".
Os beagles são usados em experimentos de periodontia e implantodontia, segundo a coordenação do curso, "porque é uma raça cujos tecidos e respostas teciduais são amplamente conhecidos pelos pesquisadores e semelhantes aos dos seres humanos".
Ainda de acordo com a UEM, os animais têm entre um e dois anos de idade e, após os experimentos, são acompanhados por até seis meses.
Depois, são sacrificados com uma overdose de anestésico.
O Ministério Público questiona o sacrifício dos animais --"estão sendo criados já fadados à morte"-- e afirma que os protocolos seguidos pela universidade não são suficientes para eliminar a dor durante os experimentos.
ANESTESIA INADEQUADA
De acordo com um relatório do CRMV (Conselho Regional de Medicina Veterinária), que vistoriou o local em agosto deste ano, os problemas começam com a aplicação da anestesia, feita por um leigo --o que, além de ser proibido pela lei federal que regulamenta o exercício da medicina veterinária, tem "altíssima probabilidade de provocar sofrimento injustificado aos animais".
Ainda segundo o CRMV, as doses de analgésico dadas aos cães após os procedimentos "são insuficientes para impedir que o animal sinta dor e sofrimento".
A entidade ressalta que os cães apresentam sinais de "apreensão, medo e pavor" diante da aproximação de pessoas, "demonstrando desequilíbrio psicológico grave e traumas decorrentes da interação negativa com seres humanos".
"Beagles são animais extremamente dóceis e sociáveis, [...] e essa agressividade observada é totalmente anormal, provavelmente refletindo um ambiente e tratamento estressante", afirma o relatório.
Sobre o sacrifício dos cães, com o uso de analgésicos, o CRMV ressalta que pelo menos um dos protocolos analisados "é totalmente inadequado [devido à baixa dosagem da medicação], provocando sofrimento injustificado nos animais".
O relatório ainda destaca que os animais só recebem comida uma vez por dia e convivem "com fezes e urina", já que o local só é limpo uma vez por dia e apenas com água, "submetendo os animais a riscos desnecessários de doença".
No momento da vistoria, havia dez cães da raça beagle no local.
OUTRO LADO
Procurada, a UEM informou que ainda não foi notificada oficialmente sobre a ação e que só irá se manifestar na semana que vem.
Em ocasiões anteriores, quando questionada a respeito, a universidade negou que os cães sejam submetidos a sofrimento.
Segundo a instituição, todos os procedimentos realizados com os cães passam previamente pelo crivo dos comitês de ética em pesquisa da universidade.
A UEM também sustenta que os procedimentos são legais e seguem o determinado na lei federal 11.794/2008, que regulamenta os procedimentos para uso científico de animais.
Um lugar virtual para expor minhas ideias... Ministro cursos específicos da escola Suddha Dharma Mandalam, que se localiza dentro do Instituto de Cultura Hindú "Naradeva Shala", abrangendo um enfoque holístico, associados aos estudos esotéricos do "Sanatana Dharma" e do Yoga Brahma Vidya. Meu e-mail é: devi.devidasika@gmail.com
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