quinta-feira, 30 de setembro de 2010

"Arcanjos" no Cristianismo - "Maha Devas" no Hinduísmo

Esses três Arcanjos, representam a Alta Hierarquia
dos Anjos-chefes, o seleto grupo dos Sete
Espíritos Puros que atendem ao trono de D'eus e são
seus "mensageiros dos "Decretos Divinos", aqui na
Terra.



Miguel, que significa "Ninguém é como Deus", ou
"Semelhança de Deus" é considerado o Príncipe
guardião e guerreiro, Defensor do trono celeste e
do povo de Deus. Fiel escudeiro do Pai Eterno,
chefe supremo do exército celeste e dos anjos
fiéis a Deus. Miguel é o arcanjo da justiça e do
arrependimento, padroeiro da Igreja Católica.
Costuma ser de grande ajuda no combate contra as
forças maléficas. É citado três vezes na Sagrada
Escritura, que narramos na sua página. O seu culto
é um dos mais antigos da Igreja.




Gabriel, seu nome significa "Deus é meu protetor"
ou "Homem de Deus" . É o Arcanjo anunciador por
excelência das revelações de Deus e é, talvez,
aquele que esteve perto de Jesus na agonia entre
as oliveiras. Padroeiro da Diplomacia, dos
trabalhadores dos correios e dos operadores dos
telefones. Comumente está associado a uma
trombeta, indicando que é aquele que transmite a
Voz de Deus, o portador das notícias. Na sua
página descrevemos com detalhes as suas aparições
citadas na Bíblia . Além, da missão mais
importante e jamais dada a uma criatura, que o
Senhor confiou à ele: o anúncio da encarnação do
Filho de Deus. Motivo que o fez ser venerado,
inclusive no islamismo.




Rafael, cujo significado é "Deus te cura" ou "Cura
de Deus" ou teve a função de acompanhar o jovem
Tobias, personagem central do livro Tobit, no
Antigo Testamento, em sua viagem, como seu
segurança e guia. Foi o único que habitou entre
nós, esta passagem pode ser lida na página
dedicada à ele. Guardião da saúde e da cura física
e espiritual, é considerado também o chefe da
ordem das virtudes. É o padroeiro dos cegos,
médicos, sacerdotes e, também, dos viajantes,
soldados e escoteiros.

"Eleve um minuto de seu pensamento, agradeça e rogue sua proteção.

Estenda esse pedido a todos desta Mãe Terra.."

Nota: Recebi estas informações pelo orkut, através de uma amiga virtual.....

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Alimento da Alma....

Meus lindos,
Ganhei e divido com vcs !!!!
Esse meu aspecto é realmente Divino !!!!
Amo, amo, amo,
Brigadaaaa Padma Dasa !!

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Luiza Lage !!!!!! arrasou !!!!!!!

Lu querida,
Vc é demais !!!!

Não esquece de colocar no seu currículo que além de Psicóloga e prof. de Yoga, vc é Emissária do SDM, prof. de Ayurveda, escritora e além de tudo isso, é uma pessoa linda, linda, que fala de mansinho até chegar em nossos corações...

Adorei !!!!!!


Serve pra todos nós !!!!!

domingo, 19 de setembro de 2010

Shraddha - Pitris Paksha - De 24 setembro até 7 outubro 2010

Texto escrito por "Komilla Sutton" e traduzido por Margareth Gonçalves.



Shraaddh é uma data para se comemorar e homenagear anualmente os mortos e suas almas.

Shraaddha e Paksha Pitris são as mesmas comemorações, com pequenas diferenças de tempo.....

Paksha é uma quinzena...

Paksha pitris é sempre quando a Lua está na fase minguante, também chamada de Krishna Paksha.

Shraddha, acontece geralmente 10 dias após o festival de “Ganesha Chathurti”.

Nesta quinzena dedica-se as orações especificamente aos antepassados.

As pessoas têem o costume nesta data de visitarem os lugares sagrados para homenagear estas almas e dedicarem a elas orações para que descansem em paz.



Shraaddh é realizada principalmente pelas três últimas gerações de Pitris, isto é, o pai, o avô e o bisavô.

Quando realizada pelas três gerações, todos os antepassados dela se beneficiam.

Este período não é considerado auspicioso para se iniciar qualquer empreendimento !!!!!

Como por exemplo: casamentos.....

A Lua Nova em Virgem sinaliza sempre o fim do Shraaddh.

Shraddha também significa “fé e reverência”.

São funções importantes de cada pessoa de acordo com a crença hindu.

Toda Shraddha é realizada em Paksha Krishna (Lua minguante), antes da lua nova em Virgem.

Todo ritual realizado neste período, é digno de mérito religioso, onde os antepassados são cultuados e todo esforço é feito para satisfazer os seus desejos afim de que eles possam descansar em paz para o resto do ano.

Nesses rituais (pujas) são oferecidos todos os alimentos favoritos das pessoas que partiram.

Uma pequena porção destes alimentos também são oferecidos aos corvos.

O Corvo é considerado a ligação entre o plano dos vivos e o plano dos mortos.

Os Shraaddh realizados durante o Pitru Paksha não são consideradas cerimônias fúnebres.



São Yagnas para o Pitris, que cultuam os antepassados como divindades !!!!

Não confundir estas cerimônias com as de adoração a D’eus.

O último dia de Pitris Paksha é o Amavasya Mahalay, que é a noite escura antes da lua nova, que será neste ano em 07 de outubro de 2010.

Isto ocorre quando o Sol e a Lua estiverem em conjunção em Virgem.

Diz a lenda que, neste dia, todos os nossos antepassados vêem para o planeta terra (gaia), vivenciar por um dia as experiências de suas moradas terrenas.

Se você quer prestar uma homenagem aos seus antepassados, este é um excelente momento para fazê-lo.

Como homenagem aos seres amados que já não habitam mais este plano, podemos alimentar os pobres, praticar doações aos necessitados e também celebrar a vida com uma festa em sua memória, nunca esquecendo de honrá-los em suas memórias e recordá-los com muito carinho.

Datas de Paksha Pitru e Shraddh em 2010

24 de setembro de 2010, começa o Mahalya Shraddh Paksha

25 de setembro de 2010= Shraddh Dwitiya

Setembro 26 = Shraddh Tritiya

Setembro 27= Shraddh Chaturthi

Setembro 28 = Shraddh Panchami

Setembro 29 = Shraddh Shasti

Setembro 30 = Shraddh Saptami

1 de outubro de 2010 = Shraddh Ashtami

2 de outubro de 2010= Shraddh Navami

3 de outubro de 2010= Shraddh Dasami

04 de outubro de 2010 = Shraddh Ekadasi e Shraddh Dwadashi

5 de outubro de 2010= Shraddh Trayodashi

6 de Outubro de 2010= Shraddh Chaturdashi

7 de outubro de 2010= Mahalaya Amavasya.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

NOSSO LAR.....

Começamos por aqui, com certeza não é o nosso destino último, porém necessariamente passaremos por esta dimensão.
Assistirei o filme e logo após expressarei minha opinião aqui no Blog, ok?

Bem pessoas, fui assistir o filme.....
Lindo, instrutivo, real, como achava que seria mesmo !!!!!
Vale a pena relembrar princípios !!!!! é necessário que os lembremos sempre !!!!!
Dois momentos emocionantes, qdo André Luiz encontra sua mãe e qdo chegam ao "Nosso Lar", os mortos da guerra.....simplesmente Divino !!!!!
Vale muito a pena assistir !!!!
É isso aí galera, começa assim....

A história nos diz dos "Dharmas" e "Karmas" essenciais para entendermos e viverciarmos em nossas vidas, como por exemplo a verdadeira humildade e daí partirmos para entendimentos mais transcendentais.
O fóco é a manutenção dos bons sentimentos !!!!







terça-feira, 14 de setembro de 2010

Assunto: Terceira Inteligência "QS"

Meus lindos,
Recebi por e-mail tbm e achei muito interessante....
Só que não tinha créditos, se alguém souber, agradeço.



No iní­cio do século 20, o QI era a medida definitiva da inteligência humana.

Só em meados da década de 90, a descoberta da inteligência emocional mostrou que não bastava o sujeito ser um gênio se não soubesse lidar com as emoções.

A ciência começa o novo milénio com descobertas que apontam para um terceiro quociente, o da inteligência espiritual.. Ela nos ajudaria a lidar com questões essenciais e pode ser a chave para uma nova era no mundo dos negócios.

DrªDanaZohar - Oxford

No livro QS - Inteligência Espiritual, lançado no ano passado, a fí­sica e filósofa americana Dana Zohar aborda um tema tão novo quanto polémico: a existência de um terceiro tipo de inteligência que aumenta os horizontes das pessoas, torna-as mais criativas e se manifesta em sua necessidade de encontrar um significado para a vida.

Ela baseia seu trabalho sobre Quociente Espiritual (QS) em pesquisas só há pouco divulgadas de cientistas de várias partes do mundo que descobriram o que está sendo chamado "Ponto de Deus" no cérebro, uma área que seria responsável pelas experiências espirituais das pessoas.

O assunto é tão atual que foi abordado em recentes reportagens de capa pelas revistas americanas Neewsweek e Fortune.

Afirma Dana: "A inteligência espiritual coletiva é baixa na sociedade moderna. Vivemos numa cultura espiritualmente estúpida, mas podemos agir para elevar nosso quociente espiritual".

Aos 57 anos, Dana vive em Inglaterra com o marido, o psiquiatra Ian Marshall, co-autor do livro, e com dois filhos adolescentes. Formada em fí­sica pela Universidade de Harvard, com pós-graduação no Massachusetts Institute of Tecnology (MIT), ela atualmente leciona na universidade inglesa de Oxford.

É autora de outros oito livros, entre eles, O Ser Quântico e A Sociedade Quântica, já traduzidos para português. QS - Inteligência Espiritual já foi editado em 27 idiomas, incluindo o português (no Brasil, pela Record).

Dana tem sido procurada por grandes companhias interessadas em desenvolver o quociente espiritual de seus funcionários e dar mais sentido ao seu trabalho.

Ela falou à EXAME em Porto Alegre durante o 300º Congresso Mundial de Treinamento e Desenvolvimento da International Federation of Training and Development Organization (IFTDO), organização fundada na Suécia, em 1971, que representa 1 milhão de especialistas em treinamento em todo o mundo. Eis os principais trechos da entrevista:

O que é inteligência espiritual?

É uma terceira inteligência, que coloca nossos atos e experiências num contexto mais amplo de sentido e valor, tornando-os mais efetivos.

Ter alto quociente espiritual (QS) implica ser capaz de usar o espiritual para ter uma vida mais rica e mais cheia de sentido, adequado senso de finalidade e direção pessoal.

O QS aumenta nossos horizontes e nos torna mais criativos. É uma inteligência que nos impulsiona. É com ela que abordamos e solucionamos problemas de sentido e valor.

O QS está ligado à necessidade humana de ter propósito na vida. É ele que usamos para desenvolver valores éticos e crenças que vão nortear nossas ações.

De que modo essas pesquisas confirmam suas idéias sobre a terceira inteligência?

Os cientistas descobriram que temos um "Ponto de Deus" no cérebro, uma área nos lobos temporais que nos faz buscar um significado e valores para nossas vidas. É uma área ligada à experência espiritual.

Tudo que influencia a inteligência passa pelo cérebro e seus prolongamentos neurais. Um tipo de organização neural permite ao homem realizar um pensamento racional, lógico.

Dá a ele seu QI, ou inteligência intelectual. Outro tipo permite realizar o pensamento associativo, afetado por hábitos, reconhecedor de padrões, ser emotivo. É o responsável pelo QE, ou inteligência emocional.

Um terceiro tipo permite o pensamento criativo, capaz de insights, formulador e revogador de regras. É o pensamento com que se formulam e se transformam os tipos anteriores de pensamento.

Esse tipo lhe dá o QS, ou inteligência espiritual.

Qual a diferença entre QE e QS?

É o poder transformador.

A inteligência emocional me permite julgar em que situação eu me encontro e me comportar apropriadamente dentro dos limites da situação.

A inteligência espiritual me permite perguntar se quero estar nessa situação particular.Im plica trabalhar com os limites da situação.

Daniel Goleman, o teórico do Quociente Emocional, fala das emoções.

Inteligência espiritual fala da alma.

O quociente espiritual tem a ver com que algo significa para mim, e não apenas como as coisas afetam minha emoção e como eu reajo a isso.

A espiritualidade sempre esteve presente na história da humanidade.

Dana Zohar identificou dez qualidades comuns às pessoas espiritualmente inteligentes. Segundo ela, essas pessoas:

1. Praticam e estimulam o autoconhecimento profundo
2. São levadas por valores. São idealistas
3. Têm capacidade de encarar e utilizar a adversidade
4. São holísticas
5. Celebram a diversidade
6. Têm independência
7. Perguntam sempre "por quê?"
8. Têm capacidade de colocar as coisas num contexto mais amplo
9. Têm espontaneidade
10.Têm compaixão

Pessoas, esta é SENSACIONAL !!!!! apreciem, please !!!!!

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Massagem Ayurvédica

Escrito por: Erick Schulz, diretor do "Instituto de Cultura Hindú" e Gnana Dhatha do Suddha Dharma Mandalam.




O ayurveda vem sendo cada vez mais comentado e utilizado no Ocidente.

Aqui, apresentamos algumas dicas importantes sobre a massagem ayurveda e os cuidados que as pessoas devem ter ao procurar profissionais na área.

Há milhares de anos a massagem é utilizada em diversas tradições e culturas como fonte de cura, saúde e harmonia.

Numa rápida passada em qualquer livraria no Brasil, encontramos diversos livros especializados em massagem, mas somente nos últimos anos é que a grande maioria da população brasileira ouviu falar da massagem originária da Índia, comumente conhecida como ayurveda (ayurvédica).

Mesmo com tantos livros procurando explicar de forma didática, ainda não é possível encontrar no país material sobre o assunto rico o suficiente; somente resumos, que mais confundem o leitor do que ajudam no entendimento. É exatamente isso que eu estarei tentando explicar melhor.

Na Índia, a massagem é aplicada como hábito cultural diário.

Ela faz parte da vida, da cultura, desde o nascimento, nos casamentos e antes da morte.

É muito comum vermos famílias aplicando massagem nos familiares, assim como nas ruas, nas calçadas e nos templos, como algo inserido no contexto social.

A massagem ayurveda faz parte da sabedoria milenar da Medicina Ayurveda, originária e baseada nos milenares livros denominados Vedas.

Em sua abordagem terapêutica, o ayurveda utiliza diversos procedimentos, como: plantas medicinais, dieta, exercícios físicos (asanas de yoga), meditação, astrologia védica (hindu), aromaterapia, gemoterapia (metais e gemas), cirurgia, psicologia, procedimentos de desintoxicação (Pancha Karma e os Purva Karmas), e é aí que se encaixa a massagem ayurvédica, como um braço de diversos procedimentos.

Na sociedade contemporânea, as conseqüências de uma vida sedentária, da poluição, da má alimentação e de um sem-número de hábitos nada saudáveis fazem com que a população dos grandes centros urbanos se volte para formas de vida que, de uma maneira ou de outra, os reequilibrem.

O ayurveda e outras formas medicinais orientais trazem exatamente essa harmonia tão procurada pelos ocidentais.

Segundo o ayurveda, onde há harmonia existe saúde, onde há desarmonia existe doença.

Nesse contexto, a palavra harmonia refere-se à integração que temos com o meio ambiente (natureza), por meio dos nossos cinco sentidos.

O fato de não se olhar o ser humano por completo leva ao enfraquecimento da saúde e o conseqüente aparecimento de doenças.

Infelizmente, o que aconteceu ao longo do tempo e com os estudos avançados da medicina moderna, é que o indivíduo passou a ser visto em partes e não por completo, como no ayurveda e na medicina chinesa, que analisam o ser humano como ser individual e único.

No ayurveda, o homem não só faz parte da natureza como vive em harmonia com ela 24 horas por dia.

O ayurveda é baseado na construção do ser humano a partir dos cinco elementos fundamentais Pancha Maha Bhutas (fogo, terra, água, ar e éter, ou akasha).

Esses elementos se expressam no organismo numa forma condensada, gerando três modelos constitutivos básicos que correspondem aos humores biológicos conhecidos como doshas (código energético original) ou tridoshas, chamados de Kapha, Pitta e Vata.

Os doshas são os mecanismos que governam o nosso organismo.

Na junção dos elementos éter (akasha) e ar, manifesta-se o Vata Dosha.

O Pitta Dosha é formado a partir dos elementos fogo e água; e os elementos terra e água resultam no Kapha Dosha.

Quando em harmonia, os doshas desempenham diferentes funções no organismo e o mantêm sempre com saúde.

Os doshas podem se encontrar em desarmonia por diversos fatores e, sendo assim, causar o aumento ou diminuição dessa energia no organismo, provocando alterações patológicas no corpo físico que contribuem para o surgimento de doenças.

Todos os três doshas estão presentes no ser humano, em diferentes quantidades.

Mas é no momento da concepção que as diferentes constituições das percentagens relativas entre vata, pitta e kapha são determinadas em nosso organismo.

Em nosso dia-a-dia podemos observar muito bem como isso tudo funciona.

Por exemplo, uma pessoa com excesso do vata dosha sofre emagrecimento, debilidade, aversão a frio, tremores, alterações no sistema nervoso, tontura, formação de gases, mente avoada, intestino preso e seco, pele seca, cabelo quebradiço, secura no organismo e reumatismo.

Já uma pessoa com desarmonia no pitta dosha apresenta olhos e pele amareladas, problemas de pele, fome em excesso, a sede aumenta, febre, intestino solto, calor corporal em excesso, inflamações, azia e queimação, irritabilidade e estresse.

O kapha em excesso gera digestão lenta (não confundir com a digestão normal do kapha, que já é um pouco mais lenta que o normal), tosse com formação de mucosidade nos pulmões, sonolência, obesidade e preguiça.

(Os exemplos citados acima são somente para demonstrar como é um dosha em desarmonia.

Uma pessoa com desarmonia em qualquer um dos doshas poderá encontrar semelhança com qualquer dos exemplos. Por isso, sempre pedimos que procure um profissional qualificado).

A massagem ayurveda (ayurvédica) pode ser aplicada em qualquer pessoa, desde que seja definido anteriormente o biótipo (dosha) de quem irá receber o procedimento.

Para o caminhar tranqüilo do atendimento, o profissional deve estar informado a respeito do estado de saúde real de seu cliente, para que dessa maneira realize um trabalho harmonioso para alcançar os resultados adequados.

De acordo com os ensinamentos ayurvédicos, a massagem é recomendada como prática diária, assim como comer e dormir. Ela equilibra o corpo e a mente, atuando nos níveis físico e psíquico.

O hábito regular da massagem vitaliza o sistema circulatório, aumentando a circulação dos fluidos vitais e as trocas em nível celular, ajudando a remover toxinas, melhorando a pele, músculos e nervos, oxigenando as células, auxiliando corpo e mente a obter e a manter equilíbrio e saúde.

Promove uma respiração mais profunda, atua no sistema linfático, sanguíneo e nervoso, estimula o intestino, sendo excelente para prisão de ventre, é anti-radicais livres, melhora o apetite e ajuda o sono profundo.

O sistema linfático aumenta a circulação em até seis vezes após a massagem. Importantes enzimas que compõem a linfa, como a histaminase, e neurotransmissores como a serotonina, fundamentais para o relaxamento muscular e nervoso, são liberadas em profusão durante a massagem.

A obstrução do fluxo de prana (energia vital) no organismo é a causadora da maioria das dores, na visão do ayurveda.

A fricção que é causada durante a massagem gera calor no organismo e, automaticamente, a desobstrução desses canais, ocorrendo liberação do fluxo, aliviando dores e tensões.

A medicina ayurveda deixa bem claro que a massagem ainda nutre o organismo, ajuda em problemas mentais e emocionais, rejuvenesce, revigora e revitaliza, ajudando na virilidade masculina e evitando a frigidez feminina.

Existem poucas contra-indicações para a massagem, mas todas sempre precisam ser muito bem observadas.

O excesso de ama (toxina) no organismo é algo que necessita de cautela, como por exemplo nas febres, resfriado e constipação. Outros fatores devem ser observados como a diabete, pressão sanguínea, problemas de pele, osteoporose, entre outros, todos exemplos para definir ama no organismo É recomendável a orientação médica experiente antes de receber massagem.



Materiais usados na massagem

Para alcançar melhores resultados na massagem ayurveda recomenda-se a utilização de óleos vegetais prensados a frio ou ervas. Os óleos são nutrientes para a pele, pois contêm proteínas e carboidratos que são absorvidos pela epiderme, retardam o envelhecimento, proporcionando a prevenção da secura no organismo, devolvem vida à pele e evitam radicais livres.

Quando o óleo ou a erva é aplicado na pele, a absorção se dá por meio dos espaços intercelulares e alcança os tecidos mais profundos, incluindo os ossos, o sangue, o músculo e outros.

A massagem é um condutor direto e ajuda na absorção dos óleos e ervas através da pele e no tratamento de todos os sete dhatus (tecidos do corpo), que são:

1. Rasa Dhatu (plasma e linfa) – contém os nutrientes que advêm da comida digerida e nutrem todos os tecidos, órgãos e sistemas;

2. Rakta Dhatu (sangue) – governa a oxigenação em todos os tecidos e órgãos vitais e mantém a vida (em específico, os glóbulos vermelhos);

3. Mamsa Dhatu (músculo) – cobre os órgãos vitais frágeis, desempenha os movimentos das articulações e mantém o vigor físico do corpo;

4. Meda Dhatu (gordura e tecido conjuntivo) – mantém a lubrificação e a oleosidade de todos os tecidos;

5. Asthi Dhatu (ossos) – dá suporte à estrutura do corpo;

6. Majja Dhatu (medula óssea e nervos) – preenchem os vãos ósseos e transportam os impulsos motores e sensoriais;

7. Shukra e Artava Dhatu (tecidos reprodutores) – o conteúdo e produto desses tecidos é ojas (essência vital e imunidade). Ojas é produzido durante a nutrição de todos os tecidos e é um subproduto de Shukra/Artava Dhatus.

Os óleos e as ervas deverão ser escolhidos de acordo com o tipo de desequilíbrio predominante no paciente, de acordo com as estações do ano e em função das necessidades particulares de cada indivíduo.

Em todas as literaturas clássicas do ayurveda sempre é enfatizada a utilização correta dos óleos e ervas na massagem.

As ervas que são utilizadas são as mais variadas possíveis, tudo de acordo com o biótipo e função de cada erva.

A massagem com os pós de ervas medicinais serve como dissipador das energias magnéticas e eletromagnéticas condensadas. Ervas como o vacha, conhecida no Brasil como vacandi (acorus calamus), ou o ginseng brasileiro (pfafia paniculata), têm uma função muito importante, pois penetram na pele, auxiliando na ativação da circulação sanguínea, tendo propriedades curativas que aumentam a temperatura do corpo, eliminam gordura e diminuem a medida do corpo. A massagem com pó de ervas é mais indicada para kaphas.

Para a realização da massagem poderão ser utilizados diversos tipos de óleos vegetais, como o óleo de mostarda, de rícino (mamona), gergelim, coco, amêndoas, germe de trigo, neem, ghee (manteiga clarificada).

Para tanto, é interessante saber:

Óleo de Mostarda (brassica alba) – É um óleo muito popular em toda a Índia, pois é utilizado tanto na culinária como na medicina ayurveda. Alivia dores musculares e diminui kapha no organismo.

Aumenta o calor corporal e, em caso de dores articulares e reumatismo, a associação do óleo de mostarda com a cânfora traz bons resultados.

É estimulante, alivia a congestão e a lentidão corporal;

Óleo de Gergelim (sesamum indicum) – É um dos óleos mais populares do Oriente, sendo muitas vezes utilizado como formulação de óleos medicinais.

É indicado para os vata, aumentando o Pitta, e para os kaphas poderá ser utilizado de forma moderada. Muito usado para alterações do sistema nervoso, inchaços, pele seca (aumento de vata), nutrição dos cabelos e reumatismo.

É tônico nutritivo, emoliente e rejuvenescedor.

Utilizar o óleo de gergelim nos pés acoplado a uma massagem antes de dormir relaxa e induz ao sono profundo;

Óleo de Coco (cocus nucifera) – Utilizado no mundo todo como base para cosméticos e sabonetes. Ótimo para pitta.

Na Índia, é muito usado para queimaduras, eczemas e micoses, por sua propriedade anti-séptica.

Nutre os pulmões e a pele, reduz as inflamações e melhora muito a psoríase e eczemas;

Óleo de Amêndoa (prunus amygdalus) – É muito utilizado na Índia para crianças e idosos.

Têm propriedades mornantes e sabor doce. Deve-se colocá-lo no sol por 40 dias para aumentar suas propriedades terapêuticas; muitas vezes é misturado com leite e usado como tônico pelos lutadores indianos.

É ótimo para os músculos e pele, aumenta a vitalidade, é bom para os rins e alivia as dores de tensões musculares.

É expectorante e emoliente;

Óleo de Rícino (ricinus communis) – Conhecido também como castor oil ou óleo de mamona.

O óleo de rícino é quente, doce e amargo, indicado principalmente para vata em excesso, pois alivia a secura da pele e nutre os tecidos. Produz efeito alcalino no corpo, estimulando a digestão, reduz a rigidez muscular, é analgésico, atua sobre os nervos, alivia artrite, diminui as inflamações, cólicas e dores. Quando utilizado internamente tem efeito laxativo;

Óleo purificado da manteiga de leite sem sal (ghee, ghi ou ghrta) – Óleo conhecido no mundo todo por seu gosto e cheiro marcante e pelo toque diferenciado na culinária indiana.

É tônico, rejuvenescedor, afrodisíaco, digestivo, estimulante, fortalece o fígado, os rins e o cérebro.

Nutre os sete dathus (tecidos), aumenta o jathragni (fogo responsável pela digestão e assimilação dos alimentos). Diminui vata e pitta, aumenta kapha.



Procedimentos Ayurvédicos

Na medicina ayurveda, a massagem é somente um de inúmeros procedimentos terapêuticos, os quais incluem massagens específicas para equilibrar cada dosha.

Esse conhecimento permite que o médico ou terapeuta determine não só qual tratamento e massagem devem ser usados, mas também quais são as ervas, os óleos e as manobras ideais para o paciente.

Chikitsa é uma forma prática e segura de entender os procedimentos terapêuticos do ayurveda sobre as patologias. Existem duas formas de aplicar chikitsa.

A primeira chama-se shamana (purva karma) e consiste em técnicas terapêuticas aplicadas sobre o paciente para reduzir os sintomas da doença.

Essas técnicas envolvem todas as aplicações necessárias para diluir, conduzir, lubrificar, aquecer, esfriar, secar, nutrir, enfim, tentar equilibrar o máximo possível os doshas que se encontram em desequilíbrio no paciente.

Shamana é uma forma de fazer o paciente retornar à sua natureza; em outras palavras, fazer o paciente retornar ao seu ponto de saúde.

É aconselhável, sempre que possível, aplicar shamana até equilibrar o paciente, evitando o shodana.

Aplicar shodana em último caso, quando o paciente encontra-se em desequilíbrio profundo e crônico.

Podem ser feitos de forma avulsa, para fins de relaxamento, estética ou manutenção após os tratamentos prescritos.

A segunda chama-se shodana (pancha karma).

Shodana é o pancha karma propriamente dito, que significa “terapia das cinco ações”.

São técnicas terapêuticas voltadas ao reequilíbrio de desarmonias no organismo.

Para aplicar o shodana, é necessário que ele seja realizado ao mesmo tempo ou anteriormente à preparação ou shamana.

O shamana poderá ser utilizado como manutenção, após o pancha karma (falaremos com maiores detalhes sobre os pancha karma no próximo artigo).

Veja Alguns Shamanas (Purva Karma)

Abhyanga – Conhecido também como snehana externo, ou sneha abhyanga (uma das terapias com uso de óleos).

É uma massagem corporal e facial realizada com óleos ou ervas específicos para cada dosha, que auxilia na revitalização dos tecidos do corpo (dhatus), facilitando para que as toxinas sejam removidas.

É considerado um dos procedimentos mais importantes do ayurveda. No abhyanga, é essencial o uso de óleos vegetais medicamentosos, sempre se utilizando óleo morno por todo o corpo, que pode também aplicado na forma de automassagem.

Praticado até os dias de hoje na Índia, o abhyanga, que em sânscrito significa “untar, friccionar com óleo”, tem efeito muito mais profundo que as massagens em geral, pois consegue equilibrar corpo-mente-energia.

Essa massagem pode ser aplicada por um terapeuta ou dois, de forma sincronizada.
O abhyanga reequilibra os doshas, fortalece o sistema imunológico, ajudando o indivíduo a criar resistência e flexibilidade internas para se defender e adaptar-se às mudanças e intempéries.

Promove o aumento da circulação periférica nos vasos capilares, o que reduz a pressão arterial e aumenta a oxigenação nos tecidos.

Sendo um dos tratamentos de rejuvenescimento do ayurveda, o abhyanga aumenta a força do tecido, melhora a circulação do sangue, rejuvenesce os tecidos, remove a celulite, embeleza a pele, atrasa a velhice, induz ao sono sadio, promove a vitalidade, pacifica as desarmonias de vata, reduz as toxinas e remove o estresse.

O abhyanga pode ser aplicado em regiões específicas do corpo, e assim recebe os nomes: mukhabhyanga (massagem facial);

padabhyanga (massagem nos pés);

pristhabhyanga (massagem nas costas);

shiroabhyanga (massagem na cabeça).

Udwartana e Garshana – Esse é um procedimento aplicado em todo o corpo (menos no rosto), propício para a perda de peso.

Diferente do garshana, o udwartana não utiliza sal grosso nem cânfora, o que a torna menos agressiva.

Uma pasta ou um pó de ervas é aplicado sobre todo o corpo e massageado profundamente com movimentos específicos, por um ou dois terapeutas.

Um maravilhoso tonificante da pele e dos músculos, torna-se um aliado na redução de medidas no pós-parto ou em grande perda de peso.

E ainda é eficaz na remoção de toxinas de kapha do corpo, revitalizando o sentido de toque e reduzindo celulites; ou seja, é um poderoso oxigenador do corpo.

Com uma luva de seda, o garshana é uma massagem aplicada no corpo (menos rosto e cabeça), utilizando-se óleo vegetal morno acoplado com ervas em pó, as quais podem conter cânfora, sal grosso ou black salt.

O garshana é um tratamento herbário especializado para redução de peso.

Melhora a qualidade da pele, tonifica os músculos, diminuindo a flacidez e o peso, reduzindo celulite e removendo toxinas de kapha, proporcionando uma maravilhosa esfoliação no corpo.

Chavutti Thirummal – Essa massagem é típica do Kerala, no sul da Índia, e está associada a três outras tradições: o kalaripayattu (arte marcial indiana), o kathakali (dança clássica) e o ayurveda (sistema de medicina indiana).

No kalaripayuattu, assim como no kathakali exige-se dos praticantes excelente forma física, flexibilidade, resistência e soltura.

De todas as formas de massagem, chavutti é a que proporciona pressão mais profunda com uniformidade, pois nesse estilo de massagem o especialista desliza com os pés sobre o corpo do paciente untado com óleos medicinais.

Para o terapeuta poder se equilibrar, ele se apóia em uma corda ou um banquinho. Chavutti é indicada para dores musculares, desnutrição, rigidez, edema, estresse, insônia.

Marma Abhyanga, Marma Shastra ou Massagem Marma – Os marmas se assemelham aos pontos da acupuntura em suas propriedades e finalidades.

Às vezes, referem-se a eles como “pontos de acupressão ayurvédicos”.

No entanto, devemos ter cuidado para simplesmente não igualarmos os marmas aos pontos de acupuntura (trecho retirado do livro Ayurveda e a Terapia Marma. Dr. Avinash Lele, Dr. David Frawley e Dr. Subhash Ranade, Editora Madras).

Marmas são várias regiões no corpo onde se encontram articulações, ossos, ligamentos, músculos e vasos (linfa, artérias, veias e nervos).

Também conhecidos como pontos energéticos, esses 107 principais pontos são sensíveis e, se os circularmos gentilmente com a ponta dos dedos, as toxinas serão liberadas e expelidas pelo corpo.

Utilizamos os marmas como diversas formas terapêuticas no ayurveda, inserido dentro da massagem ou de forma avulsa, utilizando-se acupressão, óleos essenciais, tratamento prânico, agulhas, aplicação de ervas, sangria, aplicação de calor.

Kumara Abhyanga – Massagem específica para bebês, que é conhecida erroneamente no Ocidente como shantala.

A massagem em bebês é muito parecida com o abhyanga, modificando o tipo de óleo, duração e sua aplicação em determinados pontos do corpo. Após a massagem, o bebê é submetido a um tipo de “defumação”, que na Índia é conhecido como dhumapa.

Há muito tempo a massagem integra a vida cotidiana na Índia. De acordo com o costume do ayurveda, receber uma massagem por semana é recomendado para homens e mulheres que queiram manter o equilíbrio saudável dos doshas.

Escolha um bom profissional, com experiência e conhecimento no assunto, e marque o seu horário.

Cada massagem dura em média uma hora. Em alguns casos, logo após a massagem poderá ser realizado o shirodhara, que é uma técnica maravilhosa para a mente, ou o swedana, sauna para desintoxicação.

Mas esses assuntos, teremos o prazer de abordar em uma próxima oportunidade.

Om Namo Narayana
Namaste

Para Saber Mais:
Erick Schulz é Diretor do Instituto de Cultura Hindu Naradeva Shala e Vice-Presidente da Associação Brasileira de Ayurveda.
www.naradeva.com.br

A Concepção dos Seres

Todo o universo é vibração. A luz, sons, cores, aromas, frio, calor são vibrações captadas por meio de diferentes órgãos de percepção que temos em nosso corpo físico.

Os Mestres da Ciência Divina asseguram que, por meio dos sentidos da alma, percebem outras vibrações que nos permitem conhecer os distintos estados da matéria.

E, assim, podemos compreender como acontece a fecundação de um novo ser na Terra.

Sri Vajera Yogui Dasa(Don Benjamin Gusman Valenzuela), erudito escritor e artista plástico chileno, Primeira Autoridade Iniciática Externa do Suddha Dharma no Ocidente.

Traduzido e transliterado pela Gnana Dhatha do Suddha Dharma Mandalam, Margareth Gonçalves (Devi Dasika).




Os seres vivos estão vibrando constantemente em contínuas e diferentes tonalidades.

Existem as sensações de amor, ódio, alegria ou pena, e muitas outras variações benéficas ou malignas.

Cada sensação distinta pode produzir o mais passageiro pensamento, fazendo variar o estado do nosso ser material e espiritual.

As mudanças de vibrações se produzem tanto no interior do ser, como por circunstâncias externas.

As vibrações não apenas fazem mudar a aura, mas também produzem mudanças visíveis.

É assim que as emoções alteram nossa aparência, como o medo que produz a palidez, a vergonha avermelhando o rosto, entre outras.

No campo aúrico, essas mudanças são perceptíveis para aqueles que possuem o que os médiuns chamam de vidência, pois a aura reflete esses estados alterando sua coloração, forma e textura de acordo com cada tipo de emoção ou pensamento.

O célebre vidente Charles Leadbeater, que foi diretor e vice-presidente da Sociedade Teosofia, expõe em um de seus famosos livros sobre a aura humana como esta fica vermelha quando o ser humano é atingido pela ira; ondas escuras surgem quando se sente medo; e assim, sucessivamente, as várias mudanças de humor produzem diferentes cores.

As alterações emocionais não só originam mudanças nas cores da aura, mas também geram sons e aromas.

No plano físico, todo ser vivo produz continuamente sons e aromas diferentes, ligados aos padrões e estágios emocionais.

Dessa forma, muitos afirmam que sentimentos ou pensamentos elevados produziriam bons aromas e perfumes, e os malignos provocariam mau cheiro.

Talvez seja por isso que existe a crença popular de que os demônios exalam enxofre (um cheiro forte, tóxico e fétido), e os santos exalam um inexplicável aroma de santidade, como sucedeu na morte de São João da Cruz e outros grandes santos.

Todo o conjunto de vibrações produz um som fundamental no ser, como uma assinatura energética, a qual se denomina Eka-Shara – o “Único Som”.

Diz-se que é o acorde (no sentido musical, acorde é uma freqüência específica de um determinado som) que está presente nos organismos, atuando tanto nos corpos físicos como nos sutis.

Essa freqüência seria a síntese de todos os sons, e é denominada pelas lojas maçônicas “A Palavra Perdida” e, na Bíblia, seria o Verbo, o qual está sempre com Deus.

Diz-se “Raiz sem Raiz do Universo”.

Assim, com esse simbolismo, se relata na Bíblia a criação do homem e do universo por meio do Som, da Palavra, do Verbo.

Podemos concluir que toda criatura está sujeita às leis da vibração e da sintonia.

Por isto quero me estender um pouco mais sobre esse tema, recordando a frase do livro Caibalion (Ed. Pensamento): “No Universo tudo vibra”.

Quando imaginamos o grande número de remédios que prejudicam o desenvolvimento fetal, como os efeitos espantosamente visíveis da temida Talidomida, que provocou o nascimento de crianças com problemas físicos e mentais graves, fica claro o quanto determinadas substâncias produzem vibrações negativas e prejudiciais à vida.

O cigarro e as bebidas alcoólicas, por exemplo, intoxicam o esperma e destroem o óvulo, prejudicando as células fetais e destruindo o corpo que abrigará o espírito que está para nascer.

Esse tipo de substância também provoca problemas emocionais e mentais que podem ser impossíveis de sanar em toda uma vida.

Portanto, para uma vida e uma evolução saudável, é necessária uma concepção saudável.

Tudo o que bebemos ou comemos afeta os diversos corpos (físico, emocional, psíquico, espiritual), até daqueles que estão sendo concebidos e estão por nascer.

Quando um homem e uma mulher decidem ter filhos devem seguir uma dieta saudável de frutas, cereais, legumes e sementes, para que eles nasçam saudáveis.

Voltando ao tema anterior, os seres são atraídos pela sintonia que possuem, ou pode-se dizer que são atraídos pelas suas afinidades.

O bêbado irá ao bar onde lhe servem as bebidas que gosta.

O carnívoro ao açougue ou restaurante onde lhe oferecem os melhores guisados de carne.

O viciado em doces buscará o local onde lhe vendam as melhores guloseimas.

Uma pessoa sensual procurará casas onde possa se divertir e atingir novos níveis de êxtase sexual. O devoto irá aos templos.

Observando o que acontece no universo sutil durante os instantes da união e concepção, vemos que tanto o homem quanto a mulher, nesse instante, vibram em uníssono, lançando ondas nos planos sutis (produzindo sons, cores, perfumes).

Todas essas qualidades são percebidas pelos diferentes órgãos Indriyas ou sentidos que desenvolvem o Atma (espírito) nos corpos sutis.

A partícula Paramanu, que é o Ego adaptado para a encarnação física, é atraída pelas vibrações ou conjunto de sons, cores, aromas (como também por outras qualidades), e penetra a aura da mulher, a qual o aprisiona sutilmente e proporciona os meios materiais (óvulo e os elementos do espermatozóide) para o desenvolvimento e crescimento do ser humano.

O Atma começa a construção do corpo, empregando para isso os materiais que lhe entrega a mulher que vai ser a mãe.

Nesse estado, o Ego por nascer é influenciado por todas as vibrações, sejam elas de bons sentimentos, como amor, dedicação e paz, ou as ruins como angústia, medo, ódio.

Também é influenciado pelos desejos (necessidades e intenções) que possui a futura mãe (nossas avós já sabiam disso).

Não há dúvida de que o espírito que está construindo o corpo o faz de acordo com a sabedoria que aprendeu em milhões de anos de vida e de inumeráveis reencarnações.

A união dos elementos fornecidos pelo pai e pela mãe, e a sabedoria e poderes que o Ego atrai de vidas anteriores, formam a herança física e espiritual do ser encarnado.

Assim, mediante a lei do karma, todo esse processo desenvolve o Ego de acordo com a sabedoria adquirida nas múltiplas reencarnações anteriores.

Todo conhecimento e destreza que assimilou do átomo primordial (ou chama divina) são empregados na formação do novo corpo físico e sutil.

O corpo físico e sutil é o filho do homem; só o Espírito é filho de Deus, com toda herança e qualidades que alcançou em sua evolução espiritual.

Nenhum ser humano, mesmo os superdotados de inteligência, pode construir um olho, um ouvido ou outro Indriya do ser.

Somente a Sabedoria Divina do filho de Deus, o Atma, pode construir, com consciência, o corpo humano.

Depois, quando o traje do Atma envelhece, se enferma e morre, o mesmo Atma regressa aos planos sutis e começa outra etapa para subir em direção aos planos sutis ou de origem.

Nesse regresso, o Ego ou Atma compila e assimila as várias experiências que teve em sua vida terrestre para voltar novamente a este plano denso com maior poder e melhores aptidões, a fim de seguir o processo da vida.

Este ir e vir recorrendo aos planos e subplanos dos mundos através do tempo, dura até que o ser humano chegue a ter consciência de seu próprio espírito, recordando então com a mente espiritual as distintas encarnações anteriores e tomando contato progressivo e eterno com a glória do Parabrahmam, ou Supremo Deus, entrando então no céu angélico.

Dessa forma, existem as encarnações na sua Primeira Forma, mas existem as encarnações dirigidas, que são a Segunda Forma que existe nos renascimentos dos seres.

Nos diversos planos das esferas sutis componentes dos mundos onde vivem inumeráveis seres que evolucionam, existe uma categoria de anjos chamada Lipikas, que possuem o encargo de dirigir as encarnações dos Egos que possuem dificuldades na sua evolução.

Eles guiam tais seres seguindo a lei da evolução do Karma, segundo o grau em que se encontram.

Eles agem da mesma forma que, no mundo físico, os pais agem com seus filhos, os quais, devido a sua inexperiência e imaturidade, podem inocentemente prejudicar outras pessoas.

Quando o pai percebe isso ele educa a criança, e quando esta alcança mais idade é enviada ao colégio ou escola para o desabrochar de suas faculdades.

Esses anjos induzem as encarnações a acontecerem em determinadas épocas, país, família ou mãe que convier para sua nova vida, adquirindo outras experiências e cancelando karmas de vidas anteriores.

Todo karma mau ou castigo que venha a ser imposto, tem o propósito de corrigir e livrar a sociedade de um mal maior, permitindo dessa forma que a evolução desses seres retome o curso normal, e que eles cresçam segundo as leis divinas da criação.

Existe uma Terceira Forma de reencarnar, que podemos observar no estudo da Lei das Reencarnações. Como antes foi assinalado no caso dos seres muito atrasados na evolução de sua consciência e livre-arbítrio, veremos como acontece a reencarnação daquela pessoa que alcançou a inteligência e um elevado grau de livre-arbítrio.

Ainda nos planos sutis, essa pessoa escolhe o momento mais adequado da evolução terrestre e as circunstâncias que lhe faltam para completar o aperfeiçoamento do seu Ego.

Para nascer, o espírito escolhe uma família na qual se verá obrigado a desenvolver vontade, atividade, condições que sejam ideais para atingir seus objetivos de evolução e de karma.

Existem Egos que escolhem nascer nas mais difíceis situações físicas, morais e intelectuais, não devido ao mau karma, mas porque, por meio dos sofrimentos suportados numa encarnação, alcançam maiores qualidades que lhes serão benéficas para sempre.

Com plena consciência, escolhe o país que irá desenvolver seu valor, defendendo seus sonhos, pois ele mesmo reconhece suas fraquezas e desejos, e esse é o motivo pelo qual escolhe nascer em circunstâncias que lhe serão dolorosas por um curto tempo; dessa forma, em uma curta encarnação ele adquire qualidades que continuarão com ele por toda a eternidade.

Essa é a razão dos nascimentos, tanto felizes quanto difíceis, todos escolhidos pelo mesmo indivíduo. Não lhe importa os acontecimentos de uma vida, mas sim o que obterá com as dores e as alegrias que vai experimentar, e uma compreensão maior do Grande Todo e da sua Evolução.

Recordo do ensinamento de Jesus Cristo quando os judeus, que acreditavam na reencarnação, lhe perguntaram sobre o menino que nasceu cego:
“Mestre: quem pecou? Pecou ele ou pecaram seus pais?”
“Jesus respondeu: Não pecou ele, e tampouco seus pais”.

A única compreensão para tão difícil pergunta é a resposta de que ele mesmo, o menino, havia escolhido esse doloroso karma para experimentar uma nova etapa, que proporcionaria maior progresso do seu Ego eterno.

Isso acontece na vida mundana. Um ser evoluído e desejoso de conhecimento escolhe por sua própria vontade um colégio ou universidade onde aprende um ofício ou matéria, assistindo diariamente as instruções sobre o ramo escolhido.

Possivelmente, se vê obrigado a fazer múltiplos e dolorosos atos.

Levantar cedo, viajar ou percorrer longos caminhos, estar várias horas sentado, imobilizado, ouvindo ou praticando exercícios requeridos, se sacrificando voluntariamente para alcançar novos conhecimentos, para se desenvolver corretamente e com êxito na execução das aulas recebidas.

Ao discípulo não importam os sacrifícios; o conveniente para ele é ter a capacidade e um completo conhecimento do trabalho que deseja realizar. Assim são os espíritos que conscientemente escolhem as condições agradáveis e dolorosas para reencarnar, levando em consideração os eternos benefícios que com elas vão adquirir.

Não é sempre um karma ruim nascer segundo circunstâncias difíceis, pois pode ser um bom karma escolhido por ele mesmo para possuir maiores faculdades espirituais.

Recordemos as dolorosas vidas de heróis e santos que pisaram nesta terra em tempos passados.

De todos os tipos de encarnações e nascimentos, sempre nos sobra dúvida quanto aos avatares e grandes seres espirituais, com suas encarnações de suma importância.

Nem sempre são encarnações grandes e espetaculares; por vezes, ocorre o que chamamos de “encarnações menores”, mas nem por isso de importância reduzida.

São encarnações em que, de acordo com Vontade Divina, alguns seres tomam corpos humanos com antigas iniciações já impressas no Ego, e com conhecimento e vontade de serem benfeitores da humanidade.

Incontáveis mártires, homens e mulheres com destacada atuação espiritual, reencarnaram neste mundo depois de terem recebido, em várias vidas anteriores, o poder das iniciações outorgadas pelos Grandes Siddhas, diretores da evolução de todos os seres sob a vigilância do Senhor Narayana.

Em um artigo sobre as iniciações, Sri Janárdana, que foi instrutor e iniciador espiritual do Suddha Dharma Mandalam, nomeia Mahatma Gandhi como um desses personagens mundiais que atuou em sua vida com uma força espiritual conferida iniciaticamente, mesmo sem seu conhecimento.

Esse poder atuou para que se cumprisse com êxito o grande milagre da independência da Índia, evitando uma guerra sangrenta.

Também podemos citar Joana D’arc que, com sabedoria e grande poder, libertou a França dos ingleses.

Ainda temos duas extraordinárias mulheres que impulsionaram a ciência do yoga em todo mundo: H. P. Blavatsky e Annie Besant, fundadoras da Sociedade Teosófica Mundial.

Poderíamos continuar enumerando mulheres e homens, notáveis governantes de grandes países, e igualmente personagens que atuaram fundando organizações sociais ou místicas que promoveram imensos benefícios para a humanidade e que, sem dúvida alguma, atuaram sob o impulso de iniciação recebida nesta ou em vidas anteriores.

Finalizo esse parágrafo com os nomes de outros notáveis mahatmas que tiveram estreita relação com a fundação do Mandalam, reorganizado para a época atual.

Assinalarei primeiro Sri Subramanya Ayer, que durante sua vida desempenhou o cargo de Juiz da Alta Corte de Justiça de Madras.

Foi vice-presidente e Diretor da Escola Esotérica Teosófica e, nos últimos anos de sua vida deu a conhecer, por expresso desejo da Hierarquia Branca do Himalaia, a mística organização denominada Suddha Dharma Mandalam, em vários artigos publicados no ano de 1915 na Revista Mundial, editada pela Sociedade Teosófica, em Madras, Índia. Ele atuou no Mandalam como Instrutor e Iniciador Externo, conferindo iniciações a um meritório grupo de discípulos.

Posso mencionar como autoridades iniciáticas o Pandit K. T. Srivivasa-Chariar e Sri Janardana, eruditos escritores da ciência do Yogabrahama Vidya e diretores e iniciadores externos da augusta instituição Suddha.

Também faço referência aos maiores iniciadores, que foram os reformadores do mundo, mediante seus ensinamentos sociais e místicos.

Eles são conhecidos com o nome de avataras ou enviados divinos, e entre eles recordamos Rama, Krishna, Buda e Jesus Cristo.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

O Que é Evolução Espiritual?




Muito se fala de evolução espiritual, tanto nos meios esotérico, místico e religioso, quanto em outras áreas de atividade humana.

Mas o que é, de fato, essa tal de evolução? O que precisamos saber, ou fazer, para evoluirmos espiritualmente? Vários de nossos colaboradores responderam essas questões, com visões diferenciadas.

Wanise Martinez

Os caminhos são muitos, mas o processo é um só.

E depende de você mesmo.

Em sua maioria, as teorias existentes sobre a evolução espiritual explicam que ela implica num trajeto difícil, mas precioso e repleto de aprendizado.

Ainda que todo o processo de evolução seja penoso e doloroso, o destino final é a luz da felicidade ou o autoconhecimento.

Diz-se que a evolução espiritual nos permite descobrir uma nova vida, com muito mais esclarecimento, que pode nos mostrar de que maneira podemos ser auto-suficientes, seja na vida material seja na espiritual.

Entretanto, para recebermos esse dom é preciso que estejamos preparados.

Ou seja, para passar por um processo evolutivo, a pessoa deve ter em mente que não vai ajudar apenas a si mesma, mas principalmente ao próximo.

Para desenvolver esse tema, conversamos com diversos estudiosos e espiritualistas para conhecer suas opiniões a respeito da tão comentada evolução espiritual.

Na visão da consultora de Feng Shui, Eleine Christy, o processo de evolução espiritual acontece “quando o ser compreende que é somente uma das infinitas peças de engrenagem, que faz parte da máquina chamada universo, e entende que sua funcionabilidade é pequena diante da grandeza da sua função para que este se movimente”.

Para Marília de Abreu, bruxa e professora de bruxaria, o que poderia ser chamado de evolução espiritual não está dissociado da evolução como um todo.

Afinal, tudo está em constante mudança e aperfeiçoamento.

“Considero a evolução”, explica Marília, “uma lei universal inexorável.

Tudo caminha para o aprimoramento e, mesmo os tropeços e aparentes retrocessos, também fazem parte deste caminho, que atinge tudo de forma integral.

No indivíduo, a evolução espiritual está intimamente ligada ao desenvolvimento da consciência; consciência de si, dos níveis interiores, de si no mundo e do todo.

Esta evolução não pode ser uma evolução mental-intelectual, ou só psicoemocional, ou material, nem só espiritual; ela deve ser integral, pois não é possível atingir um nível superior na evolução sem preenchermos todas as nossas necessidade e evoluirmos de forma integral”.

“Não existe evolução súbita ou de massa”, diz Marília.

“Cada qual contribui com seu tijolinho para a evolução da sociedade e, quando um determinado número atinge um nível superior, aquele valor é integrado.

Mas sempre existirão pessoas em diferentes etapas e filosofias que sirvam a estas diferentes etapas.

Na verdade, não é evolução espiritual, mas a evolução com toda a nossa bagagem na direção do espiritual, que é pleno, processo que não tem fim, de modo que não se pode dizer que tal pessoa é evoluída espiritualmente e outra não, mas que cada qual alcança o quanto pode nesta direção, e sempre se pode alcançar mais”.

O espírita José Sola diz que a evolução espiritual “é a maturação da substância.

Quando Deus nos concebe, dota-nos de seus atributos de inteligência e amor, facultando-nos com o livre-arbítrio, transformando-nos em construtores de nosso próprio destino.

A evolução na condição de seres racionais é simplesmente a resultante de uma evolução que se manifesta como inevitável no universo e que vai ao infinito em sua manifestação na vida.

Os efeitos desta evolução variam no tempo, pois cada momento evolutivo atende aos parâmetros da consciência, instrumento de aferição de nossas ações perante a Lei Divina, que é o pensamento de Deus, é a consciência cósmica do Criador.

Assim sendo, a evolução espiritual não está delimitada a um determinado momento; é uma constante da vida, faz-se a todo instante, conduzindo o espírito à ascensão divina que lhe está reservada”.

Na opinião do advogado e escritor espírita Francisco Aranda Gabilan, esse processo possui duas vertentes.

“Evolução espiritual sob a ótica da individualidade”, explica, “é o conjunto infindável de ações acertadas no sentido do bem que foram adotadas em meio às soluções contrárias que se oferecem a todo instante na ordem moral.

Mas, sob o prisma da generalidade, é a única verdadeira imposição da lei natural ou divina, já que progredir é a condição normal dos seres espirituais rumo à perfeição, pois que todos se tornarão perfeitos, ainda que relativamente”.

De acordo com a definição de outro escritor espírita, Eurípedes Kühl, evolução espiritual “é a auto-reforma, a mudança de pensamentos, idéias, atitudes, ações – sempre buscando o norte infalível de viver e conviver com o próximo, tratando-o exatamente como gostaria que ele o tratasse.

Tal mudança não acontece da noite para o dia.

É obra dos anos, multiplicados anos.

Acontece sim, porém, só em raríssimos casos, e assim mesmo porque apenas espíritos fortes, verdadeiramente fortes o conseguem, quando se dão conta de que percorrem descaminhos, e é com bravura indômita que fazem correção de rota vivencial”.

Assim, ele entende que a evolução espiritual se processa com um “viver em retidão de conduta, respeito à natureza, amor incondicional ao próximo e, na medida do possível, proteção aos demais seres vivos.

Assim agindo e vivendo, quem o faça estará evoluindo espiritualmente”.

Conhecida por seu trabalho religioso em prol da união entre as pessoas, Monja Coen acredita que evolução espiritual é permitir que Buda se manifeste em sua vida.

“Buda pratica Buda.

Não é o ser comum que se torna Buda, ou iluminado, ou que evolui para um nível superior.

É este nível superior, esta iluminação que somos, Buda, que permitimos se manifestar em nossa vida.

Corpo-mente-espírito iluminados pela prática contínua e incessante do Caminho de Buda”.

Missionária oficial da tradição Soto Shu – Zen Budismo no Brasil, Monja Coen também afirma que, se não houver prática, não haverá realização.

“Os ensinamentos são nossos guias”, explica.

“O Darma, a Lei Verdadeira, é a nossa grande mestra, e a Sanga, a Comunidade de praticantes, é nossa família.

Através do zazen (meditação) nós nos percebemos interconectados com toda a vida da Terra, com toda a vida do universo, com todo o multiverso. Isto é evolução espiritual. Fazer o bem a todos os seres”.

Para Helena Gerenstadt, que é pesquisadora e escritora, a questão da evolução espiritual pode ser definida de várias maneiras.

“Na Doutrina Espírita”, diz, “é a chamada reforma íntima, muitas vezes difícil, pois não queremos ver nossos defeitos e nossos vícios, mas não há outro caminho para essa evolução.

Quando mônadas, também tivemos a nossa evolução, mas no momento do recebimento da razão, do livre-arbítrio, a evolução se torna espiritual, porque é o caminho necessário para retornar a casa, às várias moradas do pai.

Nas lendas do Rei Arthur, quem conquista o Santo Graal é o puro de coração, Galahad.

E como ser puro de coração se, muitas vezes, não nos conhecemos, fechamos nossa mente com uma grande fechadura, nos esquecemos da F.É. (Força Energética).

O ser humano é puro espírito, uma parte essencial de Deus, uma manifestação do infinito no mundo físico.

Somos perfeitos, mas o nosso período na Terra é um momento dentro do grande tempo.

Quando percebemos que somos um espírito dentro de um corpo físico, que precisamos cuidar deste templo que nos abriga, que existe um mundo ao nosso entorno, inicia-se um autoconhecimento; ao abrir a fechadura de nossa mente, rompendo nossas próprias barreiras, entendendo o que pede nosso coração, assim compreendemos a nossa natureza espiritual, iniciando a confiança, a quietude e a segurança”.

Quem concorda com o conceito de existirem diversas significações para o mesmo processo é a historiadora Ana Elizabeth Cavalcanti da Costa.

Segundo ela, a explicação para o termo “evolução espiritual” sempre terá como base as crenças religiosas de cada pessoa.

“O que é necessário para desenvolver a espiritualidade? Como ‘crescer’ espiritualmente? Cada religião, ocidental ou oriental, traça caminhos de conduta para que seus fiéis aprimorem seu espírito diante de um ser superior (Deus, Jeová, Alá etc.), e geralmente sinalizam como gratificação a conquista de algo sedutor, que será obtido apenas após a morte.

Grande parte das crenças religiosas determina como base de crescimento espiritual o sofrimento, o sacrifício de seus fiéis, principalmente no que se refere ao aspecto material e físico da vida. Em algumas, o sofrimento do homem é justificado como carma, o que leva a pessoa a resignar-se diante de situações, pois se ela sofre é porque precisa pagar por algo que cometeu numa vida passada.

E, dessa forma, aceitando o sofrimento, ela evoluirá espiritualmente.

Nas igrejas cristãs, geralmente as pessoas devem seguir determinadas regras, não cometer ‘pecados’ para atingir a evolução espiritual”.

E completa: “Acredito mais que somos seres espirituais vivendo experiências humanas. Espiritualidade é vida. Embora tenha sido criada na Igreja Católica, tive o privilégio de ter acesso, desde criança, a diversos outros credos e muitas informações por meio de meu pai.

Ele sempre me dizia que os caminhos eram muitos, mas que todos levavam ao Criador.

Foi com ele que aprendi também a ter os olhos e ouvidos atentos para o que nos cerca, e a não ter nenhum tipo de preconceito.

Pensar no ser humano de forma completa é pensar além da linha, além do pensamento linear, porque o mundo espiritual não funciona dessa forma.

Existe uma estrutura no universo que devemos reconhecer para compreendermos um pouco mais sobre a vida, seus processos e a nossa própria espiritualidade.

A evolução espiritual engloba o caminho do autoconhecimento, é uma aventura da autodescoberta, vencer seus fantasmas interiores e não temer o dia que virá.

Somente dessa forma podemos caminhar, evoluir, desenvolver nossa espiritualidade, nossa própria vida”.

A professora de filosofia e mitologia Marilu Martinelli entende que, embora a ciência tenha compreendido a vida como sistêmica há relativamente pouco tempo – evoluindo em termos de redes, fluxos e ciclos –, para as tradições espirituais esse é um processo reconhecido desde sempre.

“As escrituras sagradas de todas as culturas e religiões”, diz ela, “reconhecem todos os ciclos e sabem que eles interagem e constituem a delicada e tênue teia da vida.

A evolução da natureza e a espiritualidade caminham de mãos dadas.

A cada volta da espiral, ao término de cada era, o planeta dá um salto de qualidade, assim como a humanidade que ele abriga.

Penso que é chegado o momento da humanidade escolher seu futuro e cuidar da sobrevivência do planeta e da sua própria sobrevivência como espécie. Estamos atravessando um período crítico da história da Terra, e nós, humanos, que ocupamos atualmente 83% da superfície planetária, precisamos despertar para nossa responsabilidade perante nós mesmos, a vida, os ecossistemas e o cosmo.

Como o espírito é a força criadora capaz de romper padrões e inovar apresentando novos sentidos para as coisas e estabelecendo novas ordens sociais, essa é a era do despertar da consciência espiritual.

A espiritualidade não está apenas nas religiões e, apesar de ser uma dimensão natural do potencial humano, vai além dele, pois tem como fonte original o universo.

O ser humano é dotado de exterioridade, o corpo; interioridade, as emoções e os sentimentos; e também profundidade, o espírito.

Por isso, sua evolução está intimamente ligada à evolução da natureza e do espírito-consciência”.

Outra espiritualista que apresenta uma visão um pouco diferenciada sobre o assunto é Carmen Balhestero, fundadora da Fraternidade Pax Universal.

Segundo ela, evolução espiritual é olhar para nossos obstáculos e defeitos sem prejulgamento, aceitando nossos limites naquele momento, sabendo que a cada dia temos o desafio de nos superar e reencontrar a totalidade do nosso ser, que reflete a grandiosidade da nossa alma.

“É agir e não falar”, explica Balhestero, “é ser exemplo e não cobrar, é não criar expectativas em relação ao comportamento dos outros e da vida, é viver um momento por vez, vivenciando integralmente a totalidade de cada instante sagrado que temos à nossa disposição, para atuarmos da forma que escolhermos diante das inúmeras possibilidades que o universo nos apresenta a cada dia, pois a cada instante temos a oportunidade de recomeçar.

É ser verdadeiro, mostrando a nós mesmos que encontramos a nossa verdade e vivemos integralmente nossos valores.

E que agimos de acordo com o que sentimos e pensamos, e não seguimos modismos ou energias superficiais impostas pelas escolhas dos outros.

É aceitar e expressar a totalidade da espiritualidade que existe em cada um de nós, a cada dia, seguindo a intuição e expressando a criatividade em todas as situações.

Quando aceitamos tudo o que nos acontece com o sentimento do mais puro amor incondicional, a cada dia atingimos mais um degrau na nossa evolução espiritual e manifestamos a felicidade e a nossa paz interna".

Por outro lado, a pesquisadora e palestrante Maísa Intelisano tenta mostrar que, na verdade, não existe uma evolução espiritual, mas sim uma evolução consciencial.

”O que evolui não é o espírito”, ela explica, “mas a consciência que esse espírito tem de si mesmo e do universo.

O espírito é criatura divina e, portanto, perfeita, plena, completa.

Ele apenas não tem consciência de todos esses seus atributos, os quais lhe são revelados à medida que ele mesmo os busca entender e integrar em si mesmo.

E a evolução consciencial é justamente aquela percepção ampliada que nos permite perceber nosso Eu superior, nossa essência, nossa inteireza e sabedoria, levando-nos, inclusive, a ‘domesticar’ nosso corpo físico.

Ou seja, fazendo com que criemos, para nós mesmos, para a nossa manifestação no planeta, corpos físicos cada vez mais sofisticados e habilitados a manifestar a essência espiritual, o ser espiritual”.



Quem partilha em parte desse conceito é Margareth Gonçalves, instrutora de yoga e diretora do Instituto de Cultura Hindu Naradeva Shala.

“Você me pergunta ‘evolução espiritual’?”, questiona Margareth.

“Eu te respondo: se é do espírito, nada.

O espírito não evolui, ele é imanente e eterno.

O que evolui é a expansão da consciência contida nele, que habita nosso corpo causal, mais popularmente conhecida como ‘alma’.

Essa chamada ‘expansão’ nada mais é do que ‘discernimento’.

E esse tal de ‘discernimento’ está contido em nós através de uma energia chamada tejas.

Essa evolução consciencial humana se dá através de um processo gradativo de transformação da matéria e das energias da personalidade, pois a meta final da evolução neste mundo é a união do espírito com a matéria, que dará vida ao homem novo.

É também ser feliz e nos tornar criaturas do quinto reino.

Quero dizer: nós nos tornarmos seres angélicos, que é a nossa próxima etapa evolutiva.

Então, seremos eternamente felizes, em comunhão perfeita com o universo”.

Estudioso e professor de Yoga Clássico, Cláudio Duarte afirma ser muito delicado indicar o que vem a ser evolução espiritual.

“A priori”, diz, “isso envolve desmistificar um imenso volume de superstições, dogmas, medos e falsos valores que, ao longo de alguns milênios, se consolidaram como ‘verdades’ no planeta.

Por conta disso, os seres humanos acabaram se equivocando e, aos poucos, estão se destruindo e também danificando gravemente o planeta que os abriga, dá amor e alimenta.

Então, como falarmos sobre ‘evolução espiritual’ – que é o 'único' e definitivo caminho que resta para os seres humanos se salvarem da perdição que eles próprios criaram –, se cada religião, cada seita, cada segmento político, entre outros, irá correndo desesperadamente divulgar suas 'verdades preconcebidas'? E mais, para falar sobre ‘evolução espiritual’, antes de tudo teríamos que tratar sobre um mínimo de ‘evolução’ da própria humanidade, no seu conjunto. E não é isso que se pode observar nos últimos milênios”.

Para Claudio Duarte, seria preciso falar sobre a evolução individual, em seus aspectos educacional, cultural, social, mental, sentimental ou conceitual.

“E só após a ocorrência de um processo individual, mas ao mesmo tempo coletivo e em grande escala”, ele explica, “é que poderíamos voltar à evolução espiritual.

Se realmente tudo acontece ou funciona por longos ciclos, temos de considerar que os seres humanos, neste momento, devem estar passando ou atravessando um dos seus piores.

Mas certamente isso vai passar. Enquanto isso, a evolução espiritual espera, pois depende dessas transformações, desse processo reconstrutivo, para que realmente aconteça.

Contudo, se não houver profundas mudanças no interior e na mente dos seres humanos, em um outro sentido, em uma outra direção, então se torna desnecessário tratar sobre a mesma, já que as pessoas não estarão preparadas para a evolução espiritual”.

Ramy Arany e Ramy Shanaytá, fundadores do Instituto Xamânico KVT, explicam que, em sua visão, “a natureza de nosso potencial essencial é gestadora contínua.

Portanto, somos seres de potencial de construção em que nossa consciência também é um potencial que necessita ser construído.

É comum imaginarmos a evolução como uma linha reta ascendente, direcionando-nos sempre para o alto; o ideal de evolução se torna cada vez mais distante pois, quanto mais subimos, mais alta e distante ela se torna.

Isto ocorre por sustentarmos uma visão retilínea e racional de evolução, na qual buscamos alcançá-la de fora para dentro.

É necessário, num primeiro momento, desconstruir esta visão quase infantil, por conta de sua imaturidade, sobre nós, sobre a natureza e sobre a própria evolução em seu amplo aspecto”.

“Em relação à evolução espiritual, este modelo retilíneo ascendente também acaba sendo nossa origem de referência, em que a evolução espiritual aparece como um modelo perfeito a ser alcançado e no qual finalmente atingiremos também a perfeição.

Sentimos que enquanto nós, seres humanos, buscarmos a perfeição como modelo a ser atingido, mais estaremos distantes de realizarmos nossos sonhos de evolução.

É necessário amadurecer nossa visão sobre evolução e passar a evoluir verdadeiramente de dentro para fora, como fala a lei natural que nos ensina que ‘tudo começa do interno para o externo’, e ir construindo o passo a passo evolutivo”.

El Morya

Como um dos mais importantes mestres ascensionados, El Morya, também chamado de Nara, é o responsável pelo Primeiro Raio, e tem um trabalho transformador com relação à humanidade.

Escrito por: Gilberto Schoereder



O contato do mundo ocidental com os chamados mestres ascensionados, os mestres da Grande Fraternidade Branca, só ganhou projeção no século 19 – especialmente com o trabalho de divulgação proporcionado por Helena Blavatsky e a Sociedade Teosófica.

Hoje em dia, essa situação ganhou projeções nunca antes imaginadas, e os mestres ascensionados nunca foram tão comentados, citados, estudados, e suas mensagens nunca tiveram tanta divulgação na mídia.

As tendências e atividades holísticas e pan-religiosas da Nova Era abriram um espaço que, até então, se restringia a núcleos esotéricos, iniciáticos, geralmente misteriosos e envoltos em lendas.

O acesso ao conhecimento a respeito das atividades dos mestres ascensionados nunca foi tão fácil.

Qualquer pesquisa na internet revela milhares de páginas sobre o assunto, com visões que, às vezes, são tão distantes umas das outras, que fica fácil perceber a influência de outros conhecimentos e tendências religiosas ou esotéricas.

Em alguns casos, ocorre uma tamanha mescla de informações que se torna quase impossível aos não-iniciados entenderem o que está acontecendo, quem é quem, e quais os verdadeiros objetivos, senão dos mestres em si, pelo menos das organizações através das quais suas mensagens são transmitidas à humanidade.

São algumas das desvantagens da internet: a simplificação excessiva de conceitos complexos; a vulgarização desses conceitos a tal ponto que qualquer um se julga capaz de não só entendê-los em profundidade como repassá-los a outras pessoas, tornando-se ele próprio um mestre no assunto, ainda que a filosofia em questão já esteja corrompida com inúmeras outras filosofias e informações, muitas delas de origem extremamente duvidosa.

Aqui no Brasil, os mais conhecidos divulgadores dessas informações e mensagens são a Pax Universal, a Summit Lighthouse, que tem sede nos EUA, e a Suddha Dharma Mandalam, com posturas ligeiramente diferenciadas com relação ao assunto.

Todos concordam em uma coisa: El Morya é o governador, mestre ou chohan do Primeiro Raio, o raio azul, ou azul-cobalto, como preferem alguns.

As características ou virtudes do primeiro raio estão ligadas ao pioneirismo, à ação, ao ritmo e à disciplina, e também à força da vontade Divina.

Diz-se que o complemento de El Morya é Lady Miriam; e o arcanjo Miguel e o arcanjo do primeiro raio.

Para a Summit Lighthouse, El Morya é o chefe do conselho de Darjeeling, da Grande Fraternidade Branca, e é sobre essa cidade da Índia que se encontra seu templo etérico.

Ele é considerado o fundador da Teosofia, juntamente com o Mestre Kuthumi.

Algumas fontes dizem que, hoje, El Morya ainda habita um corpo físico que ele mesmo construiu, e vive em Chigatsé, nas cordilheiras do Himalaia.

A Suddha Dharma Mandalam tem uma postura diferente com relação a essa questão.

Entende que El Morya – chamado por eles de Nara, um Instrutor de Sabedoria, também visto como governador do Primeiro Raio, presidido por Shiva – determina o agni, ou seja, a capacidade de ação, e traz prana para o universo.

Ele trabalha com a energia masculina e é um dos 32 siddhas, que são adeptos, seres adiantados que velam pelo bem da humanidade e habitam em Visala Badari, uma das três regiões de Badari Vana (ver Sexto Sentido 25).

Nara também é conhecido como Padma Deva, encontra-se em todos os lugares e organiza os avatares.

O primeiro raio, que se encontra em Badari Vana, representa a energia sutil, satya, e trabalha com glória e luz.

É a Vontade de Deus.

El Morya e o primeiro raio foram os responsáveis por trazer a força, o poder e o pioneirismo para nossas vidas, e foi através do primeiro raio que os mestres introduziram a Teosofia entre nós.

Na verdade, ainda que todos os raios sejam importantes, o primeiro é um dos principais uma vez que representa todos os raios juntos.

No entanto, a noção de que El Morya habita um corpo físico é rejeitada pela Suddha Dharma.

Para eles, essa idéia do corpo físico é uma questão de maturidade religiosa; ou, nesse caso, de imaturidade religiosa.

É uma questão de fé.

Se a pessoa acredita de fato no Mestre, não há necessidade de se pensar nele em termos de um corpo físico.

Muitas pessoas precisam de um ícone, de algo vivo, físico, para manter sua fé.

Mas, explicam, El Morya não tem qualquer corpo.

Ele foi, de fato, o responsável pelo surgimento da Teosofia, e Madame Blavastky realmente se encontrou com ele, mas não em seu corpo físico, em sua encarnação terrestre, como costuma se dizer.

Seu contato foi com o mestre ascensionado, que lhe passou informações e instruções.

O contato de Blavatsky com El Morya foi muito comentado, e há algum tempo começou a circular uma fotografia em que a fundadora da Sociedade Teosófica aparece em companhia de três pessoas que seriam El Morya, Saint Germain e Kuthumi.

No entanto, segundo a Suddha Dharma, posteriormente Blavatsky se arrependeu de ter dito que se encontrara com o El Morya físico.

A Summit diz que o trabalho com a energia dos mestres – que já acontece há muito em nosso planeta – foi reforçado a partir do final do século 19.

Esse fato foi o que estimulou um grande número de pessoas a se tornarem mais receptivas às mensagens que os mestres estão enviando para ajudar nossa evolução no planeta.

A Summit teve início em agosto de 1958, quando Mark L. Prophet, com o apoio do mestre El Morya, criou a organização como um canal para os mestres se comunicarem conosco.

A idéia era a de transmitir os ensinamentos da Grande Fraternidade Branca, a ordem de seres iluminados, composta pelos espíritos dos grandes mestres da humanidade.

Assim, por meio das mensagens que esses mestres passam à humanidade, a Summit procura desenvolver nosso potencial espiritual.

Da mesma forma, essas mensagens facilitam aos seres humanos a compreensão de realidades espirituais que se encontram acima ou além do plano físico, indicando outras formas de existência e de energias.

As mensagens dos mestres são, então, repassadas à humanidade por intermédio dos canalizadores da Summit, e segundo eles explicam, os planos celestiais estão divididos em seções baseadas no sete: sete raios de energia e de luz, comandados por sete mestres, com sete qualidades divinas.

O número sete também surge na Suddha Dharma. São sete governantes, cada qual trabalhando com dezoito auxiliares, uma espécie de "secretários", que também são siddhas.

Cada um destes tem mais sete auxiliares, ou "subsecretários".



Cada grupo desempenha seu trabalho durante um período de 1000 samkalpas, sendo cada samkalpa composto por 24 anos.

A Summit não é a única organização a falar sobre mensagens canalizadas dos mestres.

A Pax Universal também segue uma linha semelhante, assim como ocorre com grupos menos conhecidos.

Em geral, eles entendem que é preciso prestar atenção às mensagens vindas do mundo ou plano espiritual.

É importante entender as mensagens e o que elas podem trazer para a melhoria da vida no planeta, mudando nossa forma de agir e de pensar.

Carmen Balhestero, diretora da Pax Universal, há anos vem canalizando mensagens do mestre Saint-Germain e estudando e divulgando os pensamentos relacionados à Grande Fraternidade Branca.

Carmen diz que, quando fala sobre o assunto, não está se referindo a alguma coisa que tenha lido, mas sim àquilo que vivencia, o que ela vê, e às mensagens que recebe por canalização. Segundo ela, quando falam do assunto, algumas pessoas se referem à existência de 12 raios, 15, 30, 50 raios, mas que ela só conhece sete, que é o conhecimento básico repassado à humanidade desde o século 19.

Ela tem praticamente as mesmas informações a respeito de El Morya, o mestre do primeiro raio, de cor azul cobalto, o mestre responsável pela irradiação que traz o pioneirismo, o pontapé inicial para a ação.

Por ser a energia primeira, diz Carmen, é muito forte, é a energia da ação.

"Só que", ela explica, "ação sem coração é o que você vê no mundo hoje.

O primeiro raio é importante porque, se não tem o primeiro ponto, o primeiro passo, você não cria nada; então, esse é o raio da criação".

Segundo ela, por incrível que pareça, El Morya abençoa e inspira todos os políticos, governantes, líderes nas áreas espiritual, social e econômica.

As pessoas que se encontram em pontos-chave têm El Morya como patrono.

Mesmo que elas nem saibam que El Morya exista, todos os dias o mestre lhes envia luz para ver se, um dia, acordem e percebam que a vida pode ser diferente.

"Ele está sempre jogando luz, mas os seres humanos não estão abrindo a cabeça para receber essa luz".

Carmen explica que a pessoa pode trabalhar essa energia vinda de El Morya, usá-la em sua vida.

Por exemplo, quando acorda, a pessoa pode se sentar na cama e visualizar um tubo de luz azul, a cor de proteção.

Ela visualiza uma plataforma de luz nos pés, um sol irradiando em todas as direções, e faz uma prece pedindo que El Morya abençoe e ilumine.

Ela diz que não é complicado, que não é preciso ficar recitando centenas de orações, já que de nada adianta falar sem intenção e atenção.

"Só de falar o nome dele, ele já está ali". Só com o fato da pessoa se encontrar sintonizada, invocando o nome de El Morya, ele vai atuar.

O aspecto das canalizações de mensagens também é visto de forma um tanto diferente pela Suddha Dharma.

Margareth Gonçalves (Devi Dásika), Emissária Instrutora do Ashram Sarva Mangalam e Gnana Dhatha deste Mandalam, diz que essa canalização de mensagens de El Morya não seria possível.

A energia envolvendo um contato desse tipo seria de tal natureza, tão imensa, que a pessoa contatada não suportaria.

"Pode ocorrer", explica Margareth, "que algum dos assistentes de Nara entre em contato, passando mensagens, mas nunca o próprio".

Ainda assim, ela diz, a mensagem é sempre bem-vinda, mesmo que ela tenha origem na própria pessoa que está passando a mensagem, o que é bem possível de acontecer.

Num caso como esse, por se tratar de uma mensagem da alma da pessoa, ela é válida, e todas as pessoas têm essa ponte de luz.

Mais que isso, explica Margareth, uma mensagem dessa natureza não pode ser passada aos humanos individualmente, e muito menos com hora marcada, como parece acontecer em alguns lugares.

Para El Morya, assim como para os demais governantes dos raios, o tempo não existe, de modo que é impossível "marcar hora" para receber uma mensagem canalizada.

E as manifestações são constantes, diárias.

E, mais uma vez, a energia envolvendo uma situação dessas seria tão grande que a mensagem, quando realmente transmitida à humanidade, não seria recebida individualmente, mas por todos os que estiverem abertos a ela.

A mensagem seria recebida por muitas pessoas ao mesmo tempo, por um povo inteiro ou mesmo por toda a humanidade.

Um aspecto de El Morya que é bastante comentado e citado se refere às encarnações anteriores que ele teve na Terra.

Para a Suddha Dharma, essa questão é irrelevante e, mais uma vez, envolve o aspecto da maturidade religiosa.

"Para aqueles que têm fé", explica Margareth Gonçalves, "não importa se El Morya esteve fisicamente entre nós, e importa menos ainda fazer um levantamento de quem ele teria sido no passado".

O alerta da Suddha Dharma é que a imaturidade religiosa é o que leva ao estabelecimento de dogmas, prejudiciais ao verdadeiro desenvolvimento da espiritualidade.

No entanto, nem todos concordam com esse ponto de vista, e apresentam um levantamento um tanto extenso das encarnações anteriores de El Morya, sempre cumprindo no plano físico determinadas funções relacionadas ao desenvolvimento do aspecto espiritual da humanidade.

Geralmente, entende-se que o nome pelo qual é, hoje, conhecido em todo o planeta, veio de sua última encarnação terrestre, quando era El Morya Khan, filho e herdeiro do trono do monarca Ali Vardi Khan, de Bangladesh.

Em vez de seguir a vida que lhe estava planejada pelo pai, tornou-se um líder religioso, e teria desencarnado em 1888 ou 1898.

Para a Summit Lighthouse, em todas as suas encarnações na Terra, seu trabalho esteve ligado à devoção à palavra divina.

Ele teria sido Abraão, o patriarca das doze tribos de Israel, o homem que uniu os caldeus em torno da fé num Deus único.

Depois, surgiu como Melquior, um dos três reis magos do Oriente que visitaram Jesus, quando de seu nascimento.

Estranhamente, outras fontes também citam El Morya como tendo sido um dos reis magos, mas se referem a Gaspar.

Cita-se também a encarnação de El Morya como o rei Arthur, personagem controvertido.

Uns entendem que se trata de uma lenda, ainda que intimamente relacionada à busca espiritual, especialmente no aspecto que se relaciona com a formação da Távola Redonda e da busca pelo Santo Graal.

Outros citam Arthur como um personagem com existência real no passado da Inglaterra, e um iniciado nos mistérios interiores do Cristo.

O mestre El Morya teria retornado ainda como Thomas Becket (1118-1170) – arcebispo de Canterbury que morreu martirizado –, e como Thomas More (1478-1535), que também morreu martirizado; os dois foram canonizados.

Em ambos os casos, os responsáveis foram os reis Henrique II (1133-1189) e Henrique VIII (1491-1547). No final do século 16, teria surgido no Oriente como um imperador mongol conhecido como Akbar (possivelmente 1556-1605).

Também teria reencarnado na Irlanda do século 19 como o poeta irlandês Thomas Moore (1779-1852) e, finalmente, como El Morya Khan, um mahatma tibetano sobre quem a Summit afirma não se possuir muitas referências biográficas.

Independentemente do que as pessoas possam pensar a respeito desses aspectos de El Morya ou Nara apresentados pelas diferentes organizações, o mais interessante parece ser, de fato, procurar conhecer as mensagens que estão sendo repassadas.

E, mais do que isso, procurar conhecer os pensamentos, a filosofia, a base que sustenta essas idéias de elevação espiritual e de melhoria de nossa condição neste planeta.