Um lugar virtual para expor minhas ideias... Ministro cursos específicos da escola Suddha Dharma Mandalam, que se localiza dentro do Instituto de Cultura Hindú "Naradeva Shala", abrangendo um enfoque holístico, associados aos estudos esotéricos do "Sanatana Dharma" e do Yoga Brahma Vidya. Meu e-mail é: devi.devidasika@gmail.com
Onde você também me encontra:
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
"Mentiras" - por Danuza Leão
Quantas mentiras nos contaram; foram tantas, que a gente bem cedo
começa a acreditar e, ainda por cima, a se achar culpada por ser
burra, incompetente e sem condições de fazer da
vida uma sucessão de vitórias e felicidades.
Uma das mentiras:
É a que nós, mulheres, podemos conciliar perfeitamente as funções de
mãe, esposa, companheira e amante, e ainda por cima ter uma carreira
profissional brilhante..
É muito simples: não podemos.
Não podemos; quando você se dedica de corpo e alma a seu filho
recém-nascido, que na hora certa de mamar dorme e que à noite,
quando devia estar dormindo, chora com fome, não consegue estar bem
sexy quando o marido chega, para cumprir um dos papéis considerados
obrigatórios na trajetória de uma mulher moderna: a de amante
Aliás, nem a de companheira; quem vai conseguir trocar uma idéia
sobre a poluição da Baía de Guanabara se saiu do trabalho e passou no
supermercado rapidinho para comprar uma massa e um molho já pronto
para resolver o jantar, e ainda por cima está deprimida porque não
teve tempo de fazer uma escova?
Mas as revistas femininas estão aí, querendo convencer as mulheres -
e os maridos - de que um peixinho com ervas no forno com uma
batatinha cozida al dente, acompanhado por uma salada e um vinhozinho
branco é facílimo de fazer - sem esquecer as flores e as velas
acesas, claro, e com isso o casamento continuar tendo aquele toque
de glamour fun-da-men-tal para que dure por muitos e muitos anos.
Ah, quanta mentira!
Outra grande, diz respeito à mulher que trabalha; não à que faz de
conta que trabalha, mas à que trabalha mesmo. No começo, ela até
tenta se vestir no capricho, usar sapato de salto e estar sempre
maquiada; mas cedo se vão as ilusões.. Entre em qualquer local de
trabalho pelas 4 da tarde e vai ver um bando de mulheres maltratadas,
com o cabelo horrendo, a cara lavada, e sem um pingo do glamour -
aquele - das executivas da Madison.
Dizem que o trabalho enobrece, o que pode até ser verdade.
Mas ele também envelhece, destrói e enruga a pele, e quando se
percebe a guerra já está perdida..
Não adianta: uma mulher glamourosa e pronta a fazer todos os
charmes - aqueles que enlouquecem os homens - precisa,
fundamentalmente, de duas coisas: tempo e dinheiro.
Tempo para hidratar os cabelos, lembrar de tomar seus 37 radicais
livres, tempo para ir à hidroginástica, para ter uma massagista
tailandesa e um acupunturista que a relaxe;
tempo para fazer musculação, alongamento, comprar uma sandália nova
para o verão, fazer as unhas, depilação; e dinheiro para tudo isso e
ainda para pagar uma excelente empregada - o que também custa
dinheiro.
É muito interessante a imagem da mulher que depois do expediente vai
ao toalete - um toalete cuja luz é insuportavelmente branca e fria,
retoca a maquiagem, coloca os brincos, põe a meia preta que está na
bolsa desde de manhã e vai, alegremente, para uma happy hour.
Aliás, se as empresas trocassem a iluminação de seus elevadores e de
seus banheiros por lâmpadas âmbar, os índices de produtividade iriam
ao infinito; não há auto-estima
feminina que resista quando elas se olham nos espelhos desses
recintos.
Felizes são as mulheres que têm cinco minutos - só cinco - para
decidir a roupa que vão usar no trabalho; na luta contra o relógio o
uniforme termina sendo preto ou bege, para que tudo combine sem que
um só minuto seja perdido.
Mas tem as outras, com filhos já crescidos: essas, quando chegam em
casa, têm que conversar com as crianças, perguntar como foi o dia na
escola, procurar entender por que elas estão agressivas, por que o
rendimento escolar está baixo.
E ainda tem as outras que, com ou sem filhos, ainda têm um namorado
que apronta, e sem o qual elas acham que não conseguem viver .
Segundo um conhecedor da alma humana, só existem três coisas sem as
quais não se pode viver: ar, água e pão.
Convenhamos que é difícil ser uma mulher de verdade; impossível, eu
diria.
Parabéns para quem consegue fingir tudo isso....
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário